O Fogo

Dou-te as nuas pontas do meu corpo.
Num gesto distenso a percorrer,
O frio que em mim absorvo,
E se entrega ao teu fugaz prazer.
Dás-me um efémero momento.
No teu cego olhar fulgente.
Cantas um crepitante soneto.
O meu teu corpo consente.
Quisera eu que fosse eterna.
A tua chama sagaz.
Infinita doce e terna.
De se apagar incapaz.
A minha chama desmaia.
A vida é um simples resumo.
Toda a força se esvaia
Em cinzas e fumo.
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